12/09/2020

A nossa biblioteca e porquê continuar a frequentar a biblioteca municipal

 


Temos sorte pois a nossa biblioteca municipal está integrada num parque maravilhoso com jardins, baloiços e animais de todo o tipo. É com alguma frequência que levo os meus filhos à Biblioteca Infantil e Juvenil de Cascais. Desde a pequenina, que frequenta a biblioteca desde 1 ano de idade, ao mais crescido que tem 8 anos.

Aqui encontramos pessoas que sabem muito sobre literatura infantil e são excelentes comunicadoras com as crianças. Nesta fase de pandemia, os protocolos de segurança e higiene colocam algumas limitações e os eventos da "Hora do Conto" e as oficinas de expressões foram suspensos temporariamente, contudo a magia dos livros continua lá.

O armário em forma de castelo encanta as crianças com histórias de reis e princesas. A "sala do saber" tem livros, enciclopédias, DVDs sobre todos os temas das ciências à tecnologia. E os adolescentes têm uma sala exclusiva com coleções de aventura, mistério e fantástico. Com o cartão de leitor cada criança pode trazer até 5 livros durante 15 dias. 



Se é residente em Cascais não deixe de visitar a Biblioteca Infantil e Juvenil do Parque Marechal Carmona. Se reside noutro local visite a biblioteca municipal e aproveite para fazer o cartão de leitor.

Se temos livros em casa? Imensos. Se podemos comprar livros novos? Podemos. Mas não era a mesma coisa, pois não? A novidade aguça a curiosidade e sem dúvida que estas visitas à biblioteca municipal têm desenvolvido o gosto pela leitura dos meus filhos. 

E aí em casa, já requisitaram livros?

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11/09/2020

Adolescentes com Dislexia: as vantagens de ter um e-reader


Quando trabalhamos com crianças e jovens com Dislexia, estamos frequentemente em busca de mais formas de motivar, de ferramentas para facilitar a participação plena na vida escolar, social e profissional, e de estratégias para contornar os desafios colocados pela dificuldade genuína em ler ao nível necessário.

Os e-readers são uma dessas ferramentas que me chegou às mãos (literalmente) e me fez refletir sobre os seus benefícios sobretudo para jovens a partir do 7º ano. Existem alguns tipos e marcas diferentes sendo que uma das propostas com maior biblioteca disponível em português é o Kobo.

Trata-se de um dispositivo portátil, leve que permite armazenar e ler centenas de livros em vários formatos de e-book. Algumas das suas características são extremamente "dyslexia-friendly"...

1. O e-reader tem um dicionário incorporado que permite, com um clique, obter instantaneamente o significado e sinónimos para uma palavra.

2. Permite sublinhar e fazer anotações.

3. O leitor pode escolher a fonte e tamanho da letra bem como o espaçamento entre linhas. O dispositivo traz tipos de letra dyslexia-friendly incorporados. Pode ainda adaptar o brilho do ecrã e o tipo de luminosidade. Permite ler à noite pois anula os efeitos da luz azul. 

4. O e-reader sincroniza-se com o computador e o telemóvel, pelo que o leitor pode ver os livros nas várias plataformas podendo ainda escutar audio-livros na aplicação para telemóvel. Esta função é particularmente útil para alunos que têm de ler obras literárias para a escola estando disponíveis obras do Plano Nacional de Leitura de autores como Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, Fernando Pessoa. A oferta de audio-livros em português europeu infelizmente ainda não é suficientemente extensa mas tem vindo a crescer.

5. Finalmente a portabilidade associada aos e-reader é uma vantagem pois permite "transportar" centenas de livros sem ocupar espaço sendo uma solução interessante para férias ou viagens.

Acima de tudo, os e-readers são mais uma forma de ler e de potencialmente desenvolver o gosto pelos livros. Na convicção de que a leitura é uma das principais vias para o desenvolvimento da linguagem, não podia deixar de recomendar este dispositivo para jovens e adultos com "reservas" na leitura. 

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04/07/2020

Videoconsultas em Terapia da Fala


 A necessidade de prestar sessões à distância tem levado os técnicos a criar materiais e atividades que inspiram e devolvem o alento aos pequenos que tanto precisaram e precisam de apoio nestes tempo de confinamento.

Aqui fica a minha partilha de parte de uma atividade para intervenção nas perturbações da leitura e escrita. Foi criada em Power Point e partilhada em Zoom. Os objetivos principais são a consciência fonológica (identificação fonémica) e o princípio alfabético (relação grafema-fonema).
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11/04/2020

Encerramento das escolas: qual o custo para as crianças com perturbações da aprendizagem?


Getty Images
À medida que a pandemia do coronavírus alastra, vários países viram as suas escolas a serem encerradas por tempo indeterminado. A UNESCO estima que cerca de metade de todos estudantes do mundo, dos vários níveis de ensino, estejam a ser afetados por esta paragem. (aqui)
Não existem estudos sobre o impacto nas aprendizagens e competências dos alunos de uma interrupção escolar devido a pandemia. Realmente é algo completamente novo. Mas existem estudos sobre o impacto das férias escolares, de cerca de 3 meses, e são unânimes em assumir uma perda nas capacidades leitoras, nas competências matemáticas e nas funções da escrita.
As escolas parecem estar a adaptar-se à conjuntura e à imprevisibilidade das próximas semanas adotando novas modalidades de ensino à distância, com bastante empenho e dedicação. Por outro lado, algumas famílias mostram-se sobrecarregadas ao tentar manter o ritmo, ora porque não têm recursos (computador, impressora, internet disponível para alguns ou todos os membros do agregado familiar), ora porque não têm tempo (a repartir entre o trabalho doméstico, o ensino dos filhos e o seu próprio trabalho) ora porque não dominam as matérias e as estratégias de ensino necessárias.
Sobre o efeito da interrupção letiva na educação, colocam-se desde logo duas questões: 1) a desigualdade no acesso a recursos digitais de famílias de diferentes classes económicas; e 2) a desvantagem pessoal, escolar e funcional que se pode acentuar no caso das crianças com perturbações da aprendizagem. As desvantagens da interrupção das atividades letivas são claramente desproporcionais para alunos provenientes de meios desfavorecidos assim como para alunos com dificuldades académicas.
Vejamos o caso dos alunos com dislexia, que em situação normal já partem em situação de desvantagem. A dislexia é uma perturbação específica da aprendizagem, de base linguística e que se manifesta ao longo da vida. Tem na sua origem um défice fonológico que se reflete em dificuldades de descodificação, fluência leitora e escrita. Os alunos com dislexia revelam menos autonomia, demoram mais tempo a completar trabalhos devido à baixa fluência leitora e mobilizam um esforço muito superior ao dos seus pares para levar a cabo tarefas escolares. Para além do ensino à distancia limitar bastante a supervisão e o apoio diferenciado que o professor pode prestar, estes alunos ficaram ainda na maior parte dos casos privados das terapias e apoios pedagógicos que tinham, agravando as suas dificuldades.
Na convicção de que os tempos atuais impõem um desafio acrescido às crianças com perturbações da aprendizagem e suas famílias aqui ficam algumas propostas para minimizar o retrocesso nas aprendizagens:
Aos pais:
  • Crie um caderno da quarentena. Aproveite um caderno ou dossier que tenha em casa deixe que a criança o decore a seu gosto e comecem a registar os trabalho feito: fichas, leitura, produção escrita, desenhos, etc. Este documento poderá ser um registo útil para os professores, além de ser um registo pessoal histórico.
  • Mantenha as expectativas altas com objetivos razoáveis claro. A Dislexia não define o seu filho e ele tem uma capacidade para se adaptar que o pode surpreender.
  • Aceite dias-não. Dias-não são dias em que nada parece resultar e em que a leitura, por exemplo, que já costuma ser hesitante, se apresenta extremamente difícil. Seja paciente, positivo e recorde o seu filho que amanhã voltarão a tentar. Esta inconsistência é comum na dislexia.
  • Comunique e peça ajuda. Contacte sempre que possível os professores e outros técnicos que habitualmente acompanham o seu filho. Peça estratégias, material e ideias para dar seguimento aos objetivos individuais em curso.
  • Leia com o seu filho diariamente. Este ponto pode ser difícil mas está provado que é uma das medidas com maior efeito. Pode ler de tudo um pouco: revistas, banda desenhada, enciclopédias ilustradas, livros pequenos e grandes. O importante é manter a rotina de leitura e já agora dê você mesmo o exemplo, lendo.
  • Aproveitem o dia internacional do livro infantil e procurem um recurso diferente: audiolivros, ebooks ou até a leitura de uma história por algum autor no youtube. Estes materiais são acessíveis para as crianças com dislexia e promovem a literacia e a linguagem em geral.

Aos professores:
  • Recorra aos colegas, à equipa multidisciplinar de apoio à educação inclusiva, ao professor de apoio e criem atividades adaptadas que permitam a pratica diária e a continuação da promoção dos vossos objetivos.
  • Consultem os pais para saber se é preciso ajustar o trabalho fornecido. Às vezes mais não é melhor.
  • Acreditem que o vosso trabalho mais do que nunca é fundamental e pode fazer a diferença, inspirem-se, motivem-se e motivem os outros. E já agora, obrigada.

A todos, confiem que o tempo em família e as interações que se mantêm são promotoras do desenvolvimento da linguagem e por isso têm um efeito benéfico nas aprendizagens.


Artigo publicado n"O Público" a 29 de março de 2020


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11/01/2020

Livros que explicam a morte às crianças



O nosso ano não começou da melhor maneira. Perdemos uma bisavó muito querida o que para a família lá de casa foi a primeira experiência com a perda de alguém próximo. Explicar aos mais velhos (4 e 7 anos) exigiu de nós pais uma reflexão e preparação. Quisemos escolher a melhor abordagem para um tema que é pouco falado mas que se reveste de uma inevitabilidade óbvia que por vezes surge antes do tempo. 

Na busca de complementos para uma abordagem ao tema da morte e do luto fizemos uma pesquisa sobre livros infantis que aqui deixamos com o maior carinho.

A ilha do avô, de Benji Davies
(dos 3 aos 5 anos)
Um livro carinhoso e suave sobre um neto e um avô que ajuda os mais pequeninos a aceitar o desaparecimento de alguém querido. 

Estar triste não é mau, de Michaelene Mundy
(dos 4 aos 7)
Pertence a uma coleção de vários livros de auto-ajuda para crianças. Aborda a tristeza de perder um familiar querido explicando formas de vivenciar o luto de forma mais leve e saudável.

Um gato tem 7 vidas, de Luísa Ducla Soares
(dos 6 aos 10 anos)
Aborda de forma leve o ciclo da vida e a chegada da morte. De forma tranquila e divertida, um gato vive as suas 7 vidas e termina o livro descansando para sempre.

Para onde vamos quando desaparecemos, de Isabel Minhós Martins
(dos 9 aos 11 anos)
Um livro que coloca muitas questões e deixa as respostas em aberto levando a reflexão de crianças mais velhas sobre a vida e a morte.

Deixe também outras sugestões de livros que conheça.
Boas leituras.
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